Eu poderia contar-lhe tudo o que acontece em minha vida. Te contar todas as coisas que penso que me engrandecem, que me fazem inflar como um balão cor de tangerina a sobrevoar o céu cinza, esse céu que contempla minha falta de esperança. E que começou a clarear quando vi seus cachos naquela fotografia.
Eu me sobreponho nessa história. Em querer que você me surpreenda, me bajule, me sustente ou sustente tamanho desejo de crescimento. Eu quero alguém em que eu possa me completar em detalhes e que me acrescente detalhes. Detalhes pesados, que marcam uma vida. Eu quero ser surpreendente. Eu desejo surpresas. Eu quero você em uma caixinha com um embrulho vermelho. E ficar sem palavras para acordar. Não me belisque, eu não quero acordar.
Quero deitar do lado de quem ouve músicas que me leiam, e te façam me compreender. Mas que me compreendam ao meio, o resto é descoberta. A minha descoberta em você. Você se descobrindo em mim.
Eu quero despir cada botão de sua camisa. Camisa alinhada. Camisa que te faz desconfortável. De tão lindo que ficás. Quero passar minha mão por sua clavícula, e poder beijar cada centimentro desses seus ossos protuberantes. Quero me alinhar em seu peito, te enlaçar em braços sensíveis, sentir seu perfume singelo e parar de respirar para que ele fique em mim.
Acrescenta em mim tua grandeza, se faz pra mim. Viva um mundo complexo, mas que só eu possa decifrar cada signo de seu rosto. Viva um mundo complexo. Viva o meu mundo complexo. O meu mundo de sentimentos volúveis, bipolaridades excessivas e insegurança de você. Faz em mim queimar o ciúmes.
Prende esse teu cabelo ao meu lado. O roçar de seus dedos sobre seus fios, mal cuidados, e lindos, exalam esse cheiro. Esse teu cheiro. Quero te guardar em mim, nos meus pulmões, nos meus braços, no meu coração, no meu desejo, na minha líbido, te prender em pernas fracas que não sabem de nada.
Me puxe pra dançar. A nossa música favorita. Canta ela pra mim, de leve, em sussurros quases silenciosos em meus ouvidos. Sinta minha pele pulsar. Cante mal. Cante. Morda meu lóbulo em pausas. Faça meu coração entrar em síncope.
Deixa eu te fazer poesia.
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