
Ela parecia uma criança curiosa. Nunca havia estado ali, mas pouco se importava com o lugar. Era nele que seus olhos se focavam. Ela disfarçava, mas era difícil. Só de ouvi-lo, seus olhos pareciam imã obrigados a prestar atenção. Sua boca tremia pronta para um riso, toda vez que os seus olhos se encontravam. E ele mordia os lábios só para provocá-la. E mesmo assim, os olhos da garota se prendiam no garoto.
Era um dia quente, porém as nuvens pretas ali logo se viam. Ele, com as mãos geladas, as encostou ao rosto delicado dela e aquele choque térmico a fez tremer. Ou talvez, era o fato de ele estar tocando o seu rosto levemente e a aproximação de seus olhos aos dela. Foi forte demais, por isso ela desviou o olhar e saiu. Ele riu das bochechas avermelhadas dela.
Parecia que ela estava sendo puxada por ele. Era incrível como ela sentia uma imensa vontade de ficar olhando o rosto dele, seus gestos e saber tudo o que ele dizia. Ela achou melhor não resistir mais.
Foram passear, assim como de costume. Os amigos todos rindo e ela tentando manter sua cabeça na conversa e não naqueles olhos intrigantes. Porém, os amigos se afastaram e ela se viu ao lado dele. E quando reparou, estava ela de dedos entrelaçados aos dele e conversando com aquela voz macia que fazia tão bem para os seus ouvidos. Dançaram. Ela desengonçada, toda sem ritmo, parecia acompanhá-lo em todos os passos. Era como se seu eu interior soubesse exatamente o que ele ia fazer, e fazia igual. Ele parecia um príncipe.
O final da rua chegou. Ela achou que seria o final de sua dança também. E ele termina com o passo final, a colocando a sua frente e fazendo seus rostos se encontrarem. Estava próximo demais, ela podia sentir sua respiração ofegante perto de seu rosto. Lá estava ela, com as mãos apoiadas no peito dele, o observando, analisando cada ponto de sua pele branca. E novamente, o seu eu interior foi puxado pelo inexplicável imã que existia dentro do seu príncipe ali a frente. Seu rosto foi se aproximando lentamente, e ela pôde sentir a respiração dele dentro de sua boca. Estavam a poucos centímetros longes um do outro. E ela deixou-se levar pelo imã. Beijaram-se.
Todos os poros de sua pele pareciam estar em ebulição. A delicadeza dele era imensa, suas mãos pareciam cuidar de suas costas. Quando ela o olhou novamente, parecia brilhar de tão lindo que estava!
Foi quando esse brilho tomou conta de todo o seu olhar, e quando abriu os olhos novamente, estava deitada em sua cama. Foi tudo um sonho. Talvez o sonho mais lindo que ela pôde ter.
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